A taxa básica de juros do Brasil , a Selic, que serve de referência para operações de crédito e investimentos, acabou de subir pela segunda vez, agora para 3,5% ao ano . Depois de um ciclo de cortes de seis anos, que reduziu também o custo dos empréstimos no Brasil , a onda de aumento da taxa ascende um sinal de alerta em quem tem intenção de fazer financiamento .
No caso da compra de imóvel financiado, mesmo uma diferença pequena na taxa pode representar um volume maior de dinheiro ao fim do longo prazo do empréstimo, que pode chegar a 35 anos . Quando a Selic aumenta, crescem também os custos de captação de recursos dos bancos, que tendem a repassá-los ao tomador de crédito.
A maior parte dos recursos usados para financiar imóveis vêm da poupança, que custa 70% da Selic para os bancos, por volta de 2,45% ao ano. Quanto maior a taxa, mais os bancos precisam pagar pelos recursos que vão emprestar a quem quer comprar imóveis.
Mesmo assim, vale destacar que o spread bancário (diferença entre o custo da captação e o que o banco ganha quando empresta) ainda é significativo, visto que a média do crédito imobiliário gira em torno de 7% ao ano. Portanto, segundo especialistas, é improvável que as taxas aumentem no mesmo ritmo da Selic. Mesmo com a alta da taxa de juros, os bancos ainda não ficariam no prejuízo.